Blanca.

 
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——-> Sorte ou Competência

por Marcello Souza

Afinal, quem ou o que é responsável tanto pelos acontecimentos bons quanto ruins em nossa vida? Será que é o acaso? Forças transcendentais? A falta de fé? Ou tudo na vida é um emaranhado entrelaçado sistêmico das intenções, a ações e o resultado das próprias ações!

 Quando respondemos a essa questão, estamos fazendo uma “atribuição” – conferimos uma causa aos fatos, estabelecendo relações de causa e efeito. Segundo o psicólogo Martin Seligman, toda pessoa possui um estilo de atribuição com o qual explica preferencialmente os eventos de sua vida, que inclui três dimensões: os motivos para um acontecimento podem estar dentro ou fora da própria pessoa (interno versus externo); podem ser duradouros ou passageiros (estável versus instável); e podem se aplicar a várias situações ou a apenas uma única (global versus específico). 

Por muitas vezes as atribuições aos fatos da vida foram associadas à saúde mental: pessoas psiquicamente saudáveis tendem a considerar eventos positivos de forma internalizada, estável e global (“Nem sempre acerto, mas sou inteligente.”).
No caso de acontecimentos negativos relevam aspectos externos, de forma instável e específica (“Desta vez eu dei azar, mas isso não vai necessariamente acontecer sempre.”).
Por sua vez, pessoas depressivas frequentemente apresentam o padrão inverso: consideram- -se sempre responsáveis pelos fracassos e explicam as próprias realizações como sorte.

É preciso lembrar que desde a concepção, durante a gestação, após nascimento e ao longo do desenvolvimento da vida, todos estão em contínuo aprendizado de movimentos e marcas de integração, organização, hierarquização e aceitação diante as vivencias corporais, relacionais, psíquicas e comportamentais.
Todos em seu estado presente são resultados do desenvolvimento dado ao longo da vida e baseia seu presente a partir de suas crenças e que se expressa, por vias somáticas, psíquicas e comportamentais, normais ou mesmo patológicas a singular realidade da vida. Por isso mesmo, não se trata de negar a realidade ou subestimar aspectos concretos ou subjetivos já que também não se pode deixar de considerar que parte da vida realmente é movida pelo acaso e por isso realmente há fatores que escapam à compreensão racional e posturas psíquicas (ou mesmo dificuldades) que sabotam boas intenções, entretanto, muito do que acontece é resultado de nós mesmos, por isso não se pode rotular.
Analisar cada situação de maneira realista sem tentar encaixá-la nos imperativos sociais, sempre sorte ou sempre incompetência ou azar é o melhor caminho para trazer realidade a vida e a partir daí trabalhar internamente para encontrar o melhor de você em você mesmo, com isso tornar-se menos onipotentes e mais tolerantes com os erros e acertos, reconhecendo nos verdadeiros valores a capacidade infinita de lidar com a realidade da vida.